segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Uma questão de preferência

Não é que eu não goste das pessoas, apenas prefiro os animais.
Nem de longe tenho a intenção de convencer alguém a pensar da mesma maneira, mas se quiser simplesmente entender o motivo dessa minha opinião, basta acessar qualquer site de notícias. Você jamais verá alguma notícia de um animal que matou outro por dinheiro ou por ciúme, já no caso dos humanos, encontrará motivos bem mais banais que esses.
Semana passada um motorista de micro-ônibus matou um rapaz aqui em SP porque o carro quebrou no meio da rua e isso impedia o micro-ônibus de passar. Posso citar também o rapaz que foi morto no RJ meses atrás por uma discussão no ônibus se a janela deveria ficar aberta ou fechada. Há ainda a mulher que enterrou 8 filhos recém nascidos no próprio quintal porque não queria mais filhos... é, seria bem pior prevení-los. Isso para não citar casos famosos como de Suzanne Richthofen, por exemplo. E posso ainda chegar ao extremo de lembrar as centenas de milhares de casos de estupro, e pior ainda, em crianças. Pais, tios, padrastos e avôs estuprando e engravidando meninas de 8, 9 anos de idade (ou menos).
A violência chegou a um extremo que as notícias, por mais absurdas que sejam, já não chocam. E já não choca o fato das notícias chocantes não chocarem.

É verdade, não posso generalizar e dizer que ninguém presta, mas a grande maioria absoluta possui um preço. O animal não, nenhum deles.
Quem não convive com um animal pode dizer "ah mas animais são irracionais", mas posso garantir, o ser humano é que é. Ou vai me dizer que uma pessoa que passa pela rua, vê uma gata e resolve jogá-la no lixo é racional? Ditos seres humanos que olham para uma cachorra grávida e resolvem amarrá-la com uma corda no carro e arrastá-la pelo asfalto até a morte são racionais? E um ser humano que pega cães na rua, os deixa morrer de fome (literalmente) e chama isso de arte?
O sentido do termo "ser humano" mudou faz tempo. Ser humano não significa mais o que aprendemos. Hoje, ser humano é o mesmo que "pessoa" ou "gente" e não mais o que consta nos dicionários (bondoso, benfazejo, compassivo).

Ninguém precisa dar um cãozinho para o filho se não cuidará deste cão até sua morte, sobretudo na doença. É fácil ter um filhotinho bonitinho e brincalhão, mas ele vai envelhecer, assim como todos os seres vivos. Um animal doente precisa de tratamento e não de eutanásia ou abandono. Pessoas abandonam animais doentes nas ruas da mesma forma que eu abandonaria essas pessoas quando envelhecerem.
Não ter paciência ou "jeito" é uma coisa, odiá-los é outra. Eu prefiro manter uma distância saudável de crianças histéricas e/ou desobedientes por exemplo, mas nem por isso espancaria uma (até porque a culpa por elas serem assim é totalmente dos pais).
O mundo precisa entender uma única coisa: da mesma forma que ninguém é obrigado a gostar de pessoas de outras raças, religiões, preferências sexuais ou nacionalidades, também ninguém é obrigado a gostar dos animais, mas tem obrigação de respeitá-los.

2 comentários:

Jú disse...

quem não convive com animais, jamais conhecerá o prazer de uma amizade realmente 100% sincera . mas como vc mesma diz, aí já não é nosso problema, né.
hoje em dia, humano é fera e bicho é humano.

Ricardo disse...

Onde eu assino?