terça-feira, 10 de agosto de 2010

Um ano

Pouco mais de um mês após a morte da Wig, veio a notícia: Dalylla tem câncer.
Então aquela infecção urinária que durava semanas era isso. Então a intuição de uma de suas veterinárias em repetir o ultrasom foi o que nos levou a descobrir. Então o tumor estava crescendo tão rápido que no primeiro ultrasom não apareceu e no segundo sim. Então era câncer.
Tudo o que havíamos acabado de passar com a insuficiência renal e em seguida a morte de Wig iria se repetir de uma maneira pior? Não. Tem que haver tratamento.
O veredito: se houver tratamento, ela deve iniciá-lo imediatamente. E se não houver tratamento possível ou se ela não iniciá-lo, a bexiga irá literalmente explodir (o tumor estava obstruindo o canal da uretra, a bexiga sempre cheia e ela urinando por gotinhas de sangue).
Minha mãe ainda se recusava a voltar na clínica após a morte da Wig. Eu não sabia se chorava, abraçava Dalylla ou segurava Princesa que tentava atacar um labrador. A veterinária sem saber o que fazer ou dizer. E Dalylla ali, com aquele olhar pedindo para que lutássemos por ela. E mesmo que não pedisse, desistir estava fora de cogitação.
E então uma bateria de exames e uma consulta com uma oncologista indicada pela dona da clínica. Um exame especifico com necessidade de anestesia. O medo pela anestesia (na verdade pela reação que poderia causar em sua diabetes). A ansiedade antes da consulta. E então o que queríamos ouvir: é tratável. E o que não queríamos ouvir: mesmo que o tumor desapareça, pode voltar e não há como prever se daqui um dia ou dez anos.
Inicialmente as sessões de quimioterapia por sonda (direto na uretra) a cada 21 dias. A ansiedade em saber se realmente estava fazendo efeito. O ultrasom... a notícia: diminuiu! Mais 3 sessões além das 8 inicialmente previstas.
Ultrasom. Diminuiu mais da metade! Sessões de quimio na veia (mais forte que por sonda, porém com efeitos colaterais e mais agressiva ao organismo) para aproveitar que o tumor estava enfraquecido. Os efeitos colaterais... os pêlos que sempre foram macios e volumosos, estavam ralos e sem brilho. Falta de apetite e vomitos. A ausência de animo até para sair da cama nos fazia levar comida para ela ali, no seu travesseiro.
A última sessão da sequência e outro ultrasom. Nova diminuição, porém menor. Novas sessões seriam arriscadas. A anestesista já não queria ter feito as duas últimas por não ser recomendado tantas anestesias em um período tão curto de tempo.


Na pior das hipóteses, prolongamos sua vida em um ano. E ela está muito bem, obrigada. Come tudo e pede mais como sempre. Brinca com seus bichos de pelúcia e resmunga quando tento pegar algum deles de sua boca... se eu insistir, vai correndo ficar perto da minha mãe.
Sim, tem suas infecções urinárias vez ou outra, mas nunca mais com a intensidade das primeiras.
Tudo isso custou muito caro, é verdade. Um dinheiro inclusive que nem tínhamos, mas nada como poder jogar as dívidas para o mês seguinte e assim sucessivamente.

Um ano depois eu só digo uma coisa: Dalylla por você eu não faria isso mil vezes... faria todas as milhões de vezes que fossem necessárias.

3 comentários:

Unknown disse...

amor incondicional é assim!
:)
Beijo

Paty disse...

E será que só vc que chorou?rs ai aii estes animais caninos rs..
SAÚDE MAIS AOS MONTES PRA ELA!!

Jú disse...

amor incondicional é assim! (2}

ps: ainda vou roubar dalylla pra mim!!!