sábado, 31 de julho de 2010

Paredes pintadas e grama cortada

- Que dia da semana é hoje?
Um vizinho que eu tenho tinha sempre perguntava ao berros quando me via passar na rua. Algumas vezes era mais direto e perguntava se era dia de lixo (no meu bairro terças, quintas e sábados). Ele devia ter uns 90 e tantos anos (quem estou tentando enganar? devia passar dos 100). Andava lentamente com sua bengala, cabelos ralos e brancos, e sua surdez que me fazia berrar para ser ouvida.

Minha rua tem um quarteirão e moro no final dele, de esquina. Já a casa dele era quase que na esquina do inicio da rua e para ir trabalhar passo na frente da casa e nesse horário ele sempre estava saindo para ir na padaria (bastava atravessar a rua). Ficava feliz por receber meu "bom dia", provavelmente porque as pessoas, em sua grande maioria, passavam por ele como se fosse invisivel.
A casa dele por sua vez, com a grama sempre alta e paredes que não viam uma lata de tinta há anos, no fundo, combinavam com seu morador.

Certa vez estava chegando na minha rua, quando vejo um senhor com ele meio que já sem paciência. Pensei que fosse filho ou algo assim, quando o simpático morador me viu do outro lado da rua (o que não tinha de audição, tinha de visão), me chamou e atravessei. O senhor estranho perguntou se eu o conhecia e eu disse que só morava na mesma rua. Então contou que o encontrou perdido perto do metrô (pouco menos de 1km daqui) e que como já o havia visto por aqui, o trouxe. De fato ele estava perdido, só não descobrimos como ele chegou até lá sozinho. O senhor queria saber se mais alguém morava na casa e com minha negativa, acabamos por deixá-lo dentro da casa em segurança. Depois fiquei pensando em quantas coisas poderiam ter acontecido. Minha rua (e as ruas ao redor) são tranquilas, os carros param para as pessoas passarem e o único comércio é uma padaria. Mas em direção ao metrô, o movimento aumenta, junto com os carros, faróis, buzinas, lojas, pessoas...

Pelo o que soube com uma vizinha fofoqueira, trata-se de um general aposentado e a família já havia tentado colocá-lo em uma casa de repouso, mas a saúde piora por ficar muito nervoso, quando o traziam de volta para casa, melhorava. Acabaram deixando aqui. Só achava um absurdo não colocarem uma enfermeira ou algo assim.

Fato é, parei de encontrá-lo quase uma semana. Em seguida fiquei 10 dias em Fortaleza e quando voltei havia uma placa de "aluga-se". Fiquei arrasada.
Uma família já mora na casa. Para meu desespero com crianças. Sim, me desespero em ter crianças como vizinhas. São barulhentas.
O que mais me deixa arrasada é passar na frente e ver a casa pintada e com a grama sempre cortada.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

essa não é mais uma carta de amor!

"essa não é mais uma carta de amor
são pensamentos soltos traduzidos em palavras
pra que você possa entender o que eu também não entendo
amar não é ter que ter sempre certeza
é aceitar que ninguém é pefeito pra ninguém
é poder ser você mesmo e não precisar fingir
é tentar esquecer e não conseguir fugir
já pensei em te largar, já olhei tantas vezes pro lado
mas quando eu penso em alguém, é por você que fecho os olhos
sei que nunca fui perfeito
mas com você eu posso ser até eu mesmo que você vai entender
posso brincar de descobrir desenho em nuvens
posso contar meus pesadelos e até minhas coisas fúteis
posso tirar tua roupa, posso fazer o que eu quiser
posso perder o juízo, mas com você eu tô tranquilo
agora o que vamos fazer eu também não sei
afinal, será que amar é mesmo tudo?
se isso não é amor, o que mais pode ser?
estou aprendendo também."


PS: Em geral Cazuza ou Leoni falam por mim, mas nas horas vagas outros também conseguem. Desta vez foi o Jota Quest com "o que eu também não entendo".

sábado, 24 de julho de 2010

Compro sim, estou vivendo. Tem gente que não compra e está morrendo!

Assim como eu, alguém aí faz faculdade de Administração de Empresas(ou Contabilidade ou Economia ou qualquer coisa semelhante), é consumista e assistiu ao Globo Repórter de ontem?
Meus cartões de crédito entraram em depressão profunda após o programa e estão se sentindo as piores criaturas. Já expliquei que a mamãe aqui não vai abandoná-los e que nosso amor é eterno, mas estão tristinhos, coitados.
Adoraria ser uma pessoa controlada que faz listas do que precisa por ordem de necessidade e que anota tudo o que gasta... mas não sou. Também gostaria de ter o corpo da Juliana Paes e a saldo bancário do Bill Gates e aqui estou.
Se você não é consumista e faz listas de gastos e despesas, saiba que eu o invejo. Muito. Mas muito mesmo. Já tentei ser assim e não consegui. É verdade, ultimanente estou menos consumista, mas bem longe do ideal (eu disse ideal e não pão-dura, ok?).
Não resisto à promoções e brindes. Descontos então... ai ai!
Agora se você sofre do mesmo mal que eu, fica uma dica: estabeleça metas do que realmente quer. E que fique claro, eu não disse que isso funciona sempre, ok?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do amigo II

Martinho da Vila canta que já teve mulheres de todos os tipos, o meu caso é diferente. Não, eu não vou me declarar uma mulher "vivida" e que já teve homens de todos os tipos, meu caso é diferente, pelo simples motivo de que substituiria "mulheres" por amigos.
Não só já tive, como ainda tenho amigos de todos os tipos. Correção: de quase todos os tipos, pois que eu saiba, não há na lista criminosos, milionários ou políticos.

Rio de Janeiro, Niterói, Fortaleza, Londrina, Sorocaba, Chapecó, Recife, Belo Horizonte, Uberlândia, Porto Alegre, Toronto, Ottawa, São José dos Campos, Guarapari, Limeira, Ourinhos, Pelotas, e claro, São Paulo... eles estão espalhados em vários cantos desse nosso planeta. A distância só aumenta o prazer do reencontro.
Há os tímidos, tão tímidos que me torno desinibida perto deles. Ou os desinibidos, tal qual eu adoraria ser. Aqueles que sorriem para tudo e os sérios.
Aqueles que não precisa muito para sairem do sério e aqueles que nada lhes tira a calma.
Agitados. Esses eu tenho dificuldade de acompanhar o ritmo, admito. Os tranquilos que por vezes me deixam agitada por tamanha calma.
Carentes ou sensíveis. Insensíveis ou diretos. Baladeiros ou falantes. Calados ou caseiros. Preguiçosos como eu.
Aqueles que topam qualquer parada, basta ligar e chamar. Há também os que não ligam, mas gostam de receber ligações, e destes estou começando a ter preguiça, confesso.
Simpáticos, marrentos, pentelhos e elétricos.
Os que amam os animais e se odiá-los não será meu amigo, garanto.
Aqueles que a música me apresentou, mas que hoje vai muito além de uma banda ou um show.
Aqueles que quando conheci, erroneamente, julguei pela primeira impressão e os achei bravos ou metidos (bom, alguns realmente são).
Há aqueles que como eu, não medem palavras e por vezes acabam falando demais, mas não entre nós, pois a sinceridade é uma virtude, só precisamos convencer o resto do mundo disto.
Bonitos e... bonitos. Porque ao meu ver, todos são bonitos.
Divertidos... bem, isso todos eles são.

Feliz dia do amigo.
E obrigada por existirem.


PS: Post feito no masculino. Apesar de sua maioria feminina, há também sua parte masculina.

Dia do amigo

Amigo(s),
Quando você estiver triste, eu vou te deixar bebaço e te ajudar a planejar uma vingança contra o FDP que te deixou assim.
Quando você me olhar com desespero, eu vou enfiar o dedo na sua goela e te fazer pôr pra fora o que estiver te engasgando.
Quando você sorrir, eu vou saber que você finalmente deu uns “pega”.
Quando você sentir medo, eu vou te chamar de boiola e tirar uma da sua cara sempre que tiver chance.
Quando você estiver preocupado, eu vou contar histórias horríveis sobre o quão pior você poderia estar e te mandar parar de choramingar.
Quando você estiver confuso, eu vou explicar pra você com palavras bem simples, porque eu sei o quanto você é burro.
Quando você estiver doente, fique bem longe de mim até se curar. Eu é que não quero pegar o que quer que você tenha.
Quando você cair, eu vou apontar pra você e me cagar de rir do seu desengonço.
Você me pergunta: "Por que?"
Porque você é meu amigo!

[autor desconhecido]

terça-feira, 13 de julho de 2010

Uma coisa de cada vez

Nesse exato momento, eu poderia fazer um post sobre vários assuntos.
Poderia falar sobre a morte de Ezequiel Neves no último dia 07, mesmo dia em que completou 20 anos da morte de Cazuza, seu grande amigo. Poderia falar da falta que Cazuza faz para a música brasileira.
Poderia falar sobre hoje, dia do Rock em que a colorida família Restart me atormenta no Twitter. Não sei se é porque disse que Restart não é rock ou se porque os chamei de coloridinhos. Prefiro não saber, mal consigo traduzir o que falam.
Poderia falar sobre a chuva que finalmente cai em São Paulo depois de tantas semanas secas.
O show que Alejandro Sanz fará em São Paulo em outubro também poderia ser comentado aqui.
Também poderia contar que finalmente comecei a assistir a 5ª temporada de House e o quanto ela é chata, ao menos no inicio, onde ainda estou. Wilson não fala com House e isso tira boa parte da diversão do seriado. O detetive contratado por House até é simpático, mas não o suficiente para superar Wilson. Na verdade, sobre House, eu poderia falar por meses. E de Gilmore Girls por anos, só pra constar.
Poderia contar sobre a viagem para Fortaleza* no mês passado que eu não cheguei a falar por aqui. Também sobre o quanto o Nordeste brasileiro é lindo e me apaixona (assim como o Sul).
Poderia revelar que apesar da loucura que é São Paulo, eu jamais mudaria para outra cidade.
A vontade de comer chocolate que estou nesse momento também poderia render algo. Assim como meu novo vício: castanha de cajú.


Mas como já diziam uns certos velhotes: "eu não vou dizer nada além do que estou dizendo".


* Sobre a viagem, a quem interessar, clique aqui

terça-feira, 6 de julho de 2010

Período AI (antes da internet)

Hoje me dei conta que as pessoas viviam sem internet até alguns anos atrás e fiquei passada.
Eu, por exemplo, só fui ter um computador com internet discada (que na época era o máximo) com 12 anos, em 2000. No inicio era internet liberada nos finais de semana e depois da meia-noite, mas durante o dia só algumas poucas horas, afinal, era cobrado o tempo de conexão. Conexão essa que para ligar fazia uns barulhos estranhos e que eu sabia de cór. Assim que a Telefônica lançou o plano de internet ilimitada, convenci minha mãe a assiná-lo. Depois veio o Speedy, que pouco depois troquei pelo Virtua.
Hoje, pesquisando algumas coisas no trabalho foi que me dei conta disso tudo. Como eu faria para pesquisar tudo aquilo sem internet? Levaria meses para terminar o que fiz em uma ou duas horas.
Sim, só hoje me dei conta de que existia vida antes da internet. Acho inclusive que as escolas deviam incluir isso na linha do tempo das aulas de História: período antes da internet e depois.
Eu tinha dezenas de enciclopédias e era delas que tirava meus trabalhos escolares até a 5ª série. Finalmente após a 6ª minha vida mudou. Eu era a única da sala que tinha computador com internet em casa. Era o máximo.

Meu primeiro computador era, na época, uma graça! Monitor de 15º, com todos os itens coloridos (caixas de som, teclado, mouse, CPU). Foi quando o scanner era separado da impressora, e minha mãezinha, comprou ambos. Até microfone!
Não existia gravador de CD, camera ou coisas do gênero. Ele nem chegou a conhecer um cabo USB, pois o primeiro que tive contato foi da minha primeira camera digital, em 2004, quando já havia trocado de computador.
Não havia pedofilia na internet, sites de relacionamento, twitter e etc. Tinha ICQ. Eu tive até o AIM, que era o MSN da AOL (América OnLine, meu primeiro provedor de internet). Depois veio o MSN... em sua versão com 6 ou 7 smiles e sem imagem de exibição.
Gostava do ICQ. Fazia um barulho engraçado quando alguém chamava e também quando conectava, esse segundo, minha mãe dizia que parecia um navio.
Houve uma época em que o orkut era em inglês, tinha um limite de 12 fotos por usuário e você só entrava com convite de alguém que já possuía. Fui convidada pela Samara. Era necessário explicar o que era orkut. Não haviam comunidades "eu amo fulano". E se você fizesse muitas atividades com o perfil (entrar em muitas comunidades ou adicionar muitas pessoas) de uma vez, ficava com o perfil bloqueado (a foto de exibição era trocada por uma sombra atrás das grades). Fui presa várias vezes.
Ter um blog era cult. Era preciso ficar acordado até de madrugada para conseguir se cadastrar no fotolog.com, pois havia um limite de cadastros por dia. Levei semanas para conseguir me cadastrar.
O grande portal de buscas era "Cadê?", e o Google era uma simples segunda opção.
Salas de bate-papo eram legais, onde homens eram homens, mulheres não eram homens e adolescentes não eram a Polícia Federal disfarçada.

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